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Mostrando postagens de junho, 2007

Homens Socráticos

Hoje, enquanto aguardava minha vez de cortar o cabelo, foleava despreocupadamente um livro, adquirido por módicos três reais em um sebo no centro da cidade. O livro em questão faz parte da série sobre a história universal e o título que comprei tratava acerca da Grécia em seu período de ouro durante a regência de Péricles e as guerras fratricidas, ou peloponésias como queiram chamá-las. Como o tempo custava a passar comecei a ler atentamente sobre Sócrates, aquele grande pensador que em muito contribuiu para os gregos e para a humanidade. Achei interessante uma parte em que um sofista o interpele, segundo Xenofonte, e lhe fala: Tu levas uma vida que nenhum escravo poderia suportar, nunca ele se contentaria com tão pouco alimento, bebida e vestuário. Devo reconhecer que me dás lições de pobreza. Ao que Sócrates responde: Aprecias tu mais os teus pratos suculentos do que eu aprecio o meu alimento? Pareces julgar que a felicidade reside numa vida custosa, cheia de coisas supérfulas. Em co

Vestibular

Será um debate rico e proveitoso esse da reforma univertária, se tiver focos claros, por exemplo: o papel do vestibular, ou seja, da seleção dos candidatos a uma vaga no ensino superior. Podemos pensar em critérios de seleção para universidades púlicas que busquem eqüidade social ou que busquem desenvolvimento em setores específicos da educação pública. Toda argumenta passa antes pelo entendimento que cada um de nós tem sobre a Universidade. Confesso que sou inclinado a entender a universidade ao modo clássico: como uma elite intelectual. Isso me leva a optar por critérios de seleção meritocráticos. Claro que quem entende a Universidade como ferramenta de inclusão social (pensamento este que também possui todo valor), defende outros critérios de seleção adequados aos fins propostos. No entanto, tratando-se de meritocracia, o vestibular, tal como atualmente, não deixa de ser um desses modos de seleção, mas defeituoso, creio. Ora que tipo mérito tem um estudante ao passar n

Meio ambiente e ensino básico

Todos os alarmes em voga nos últimos anos só nos lembram algo esquecido e fundamental: parte do que é o ser humano é a natureza. Parte do mundo em que vivemos é o ambiente concreto regido pelas forças do universo. A humanidade olha com pavor os recentes fenômenos climáticos e se dá conta do seu momento histórico: nunca fora produzido tanto lixo, nunca emitimos tantos gazes que desvirtuam os sistemas elementares de vida terrena. Parece-me contraproducente o jovem saber da oxidação dos álcoois e desconhecer educação básica de reciclagem. O esquema de divisão sistemática de disciplinas nos ensinos fundamental e médio lembra o modelo positivista de Augusto Comte, que expressava exagerada fé na racionalidade formal. A ciência, porém, não é estática e sua construção não é retilínea. Por isso, a visão crítica e o esforço interpretativa são requisitos, não só para a cidadania, mas até mesmo para o mundo da ciência. As próximas gerações necessariamente terão consciência e informações relacionad