Dois Discursos uma análise

Após o pleito eleitoral para os Governos Estaduais e para o Governo federal, temos o início da segunda etapa da Era Lula (quantas serão?), e há duas discussões que permeiam o cenário político econômico, a ala governista com seu discurso de crescimento e desenvolvimento econômico que ressalta que não precisamos apenas crescer o bolo, mas também dividi-lo, e isto é uma condição previa. Na linguagem mais técnica, crescer e desenvolver economicamente. E os dados de pesquisas nos mostram que este fenômeno é palpável para alguns setores da economia, uma pesquisa encomendada pelo Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) ao Instituto Ipsos indica que cerca de 60% dos brasileiros avaliam que passaram a ter mais acesso ao crédito e a diversos bens de consumo nos últimos quatro anos. E segundo Boris Tabacof (Diretor do departamento de economia da CIESP) “a vida pobres está melhor” “e isso tem sintonia com a eleição”.A segunda discussão vem da ala oposicionista do governo, que declaram que as políticas sociais fazem crescer o Estado o que perdura o subdesenvolvimento e que a justiça econômica advirá da socialização da pobreza. Além desse discurso destacam que a despesa de custeio em relação ao PIB cresce devido à ineficiência do Estado, porém esquecem de ressalta que nos 8 anos de FHC o despesa corrente aumentou 3,7% enquanto na era lula 3,0% , já a taxa média de crescimento do PIB desde muito se situa entre 2,5 e 3% ao ano, muito abaixo de nossa média histórica desde os anos quarenta. O modelo de crescimento continuado do gasto corrente só se viabiliza se a carga tributária crescer sempre acima do crescimento do PIB, como vem ocorrendo há muito tempo. Percebe-se agora que o modelo do gasto corrente está se exaurindo, pois as possibilidades de expansão da carga são obviamente sujeitas a limite. Uma hora a sociedade diz que não aceita pagar mais. Com a ausência de crises a queda dos juros reais vai depender de como a demanda agregada vai crescer nos próximos meses frente a uma capacidade de produção que não cresce como deveria.Dois discursos, uma análise, o governo deve, para viabilizar o crescimento, investir em tecnologia, diminuir gastos correntes, investir e políticas sociais de distribuição e geração de renda e tornar seus gastos eficiente, além disso, as instituições devem ser respeitadas e os juros caírem. Só assim haverá desenvolvimento econômico.Um alerta para todos. Crescer, desenvolver é e sempre vai ser importante, agora o custo disso, nossos trade off, devem ser analisado com calma, um estudo de 700 paginas encomendado pelo premiê britânico, Tony Blair demonstra que serão gastos 7 Trilhões será o custo do aquecimento global caso as nações não tomem providências agora para diminuir a poluição mundial", disse Nicholas Stern, assessor econômico da administração britânica e ex-economista-chefe do Banco Mundial. Portanto a discussão não de crescimento, desenvolvimento, juros, impostos, a discussão perpassa pela sustentabilidade socioeconômica e ambiental, e nos, sociedade civil, organizado ou não devemos estar atento e provocar nossos governantes a ter cuidado e cuidarmos do nosso mundo. Um olho no desenvolvimento econômico e outro na sustentabilidade desse desenvolvimento.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A farra da ministra Matilde com o cartão corporativo

A vitória da internet

Nosso fado mortal e Hannah Arendt