Fundação da FENEAP
Chamava-se ENEAP, Encontro Nacional de Estudantes de Administração Pública. Ela ficou no carro, sua alma subiu aos altos, junto com a de Wagner, sonhador e criador deste logotipo:
E, como esperado, no dia 08 de julho, a plenária final viu nascer a FENEAP, Federação Nacional dos Estudantes de Administração Pública, com a proposta de um novo movimento estudantil.
Novo porque situado em nossa época, novo porque já deixou a eterna busca da liberdade e pôs-se a exercê-la de fato. Essa diferença deve ser lembrada com devoção. O antigo movimento estudantil era sindicalista, o nosso é empreendedor.
País nenhum pode desperdiçar a oportunidade de mudança que representa a juventude universitária. De fato, “poucos são os momentos que transformam o futuro de uma nação”. A universidade é teatro desses momentos raros, em sonhos, culturas e vidas diferentes se encontram.
O espírito atuante dos jovens exprime a tradução para uma nova época: a mudança de uma palavra também é a mudança do próprio mundo. Por isso, o novo movimento estudantil se propõe a refinar os conceitos. Isso exige demasiada reflexão, árduo trabalho intelectual, inacessível aos velhos militantes de carteirinha.
A FENEAP se diferencia tanto no meio como nos fins.
Nos meios porque não se justificam pelos fins. A máxima maquiavélica não vale. Cumpre respeitar as diferenças e tornar o processo, realmente, democrático e ético (não só no discurso). Isso envolve mudança de atitude e cultura: é um esforço difícil!
Nos fins, porque não vê os estudantes como receptores de direitos sem fins, mas enxerga neles, ao contrário, pessoas dignas de ser responsáveis por ações efetivas. Acha que os estudantes devem ser fiscais da cultura educacional, da gestão universitária e do desenvolvimento sustentável.
Essa mesma distinção aparece na concepção do cidadão não como um simples portador de direitos. O nosso conceito de cidadania é ativo e não passivo. Cidadão é aquele que se sente responsável pelo futuro, um líder comunitário, alguém preocupado com os assuntos públicos e as questões locais.
Por conseguinte, para além das questões estudantis, a FENEAP será diferente. No que tange às posições políticas em geral também acreditamos estar vivendo numa época em que as lutas são outras.
Não precisamos mais lutar pelo direito de liberdade, mas pela liberdade em si, ou seja, chega de pedir autonomia e liberdade de expressão e vamos começar a agir livremente. A luta pela liberdade, com toda razão, era consenso na década de 70.
Hoje também podemos encontrar novos consensos: combate a corrupção, transparência nos gastos públicos, desenvolvimento econômico sustentável, responsabilidade social empresarial; eis alguns exemplos.
Infelizmente, também cabe destacar os pontos inoportunos dessa nova visão. Sabemos que poucos são os que se deixam tocar por essas palavras. A cultura dominante ainda é do velho movimento estudantil. Contamos, contudo, com o seu apoio, porquanto sozinhos poucos não mudam. E, como entendemos, apoiar não significa um tampinha nas costas, mas fazer e dar exemplo.
Comentários
Belas Palavras Le,
eu tenho muito orgulho de ser sua amiga.
Esse artigo está simplesmente demais. A Lice deve estar adorando.
Esse tem que ser o nosso movimento, vamos em frente, se estamos aqui é porque não está tudo perdido na nossa querida e famigerada Administração Pública, pelo contrário somos parte de uma geração que começa a caminhar na direção contrária.
Bjos
iu