Choque de Democracia


Certamente não foi a eleição do senador Garibaldi Alves (PMDB-RN) como presidente que fez retornar o pouco de prestígio que resta ao Senado Federal. A interessante publicidade que foi dada à votação da PEC que propunha (novamente) prorrogação da CPMF, a repercussão social do movimento Xô CPMF, liderado pelas federações comerciais e industriais, resultou nesta madrugada na maior perda política do governo petista.

Há menos de um mês essa derrota era improvável. O motivo estará expresso nas letras dos principais jornalistas políticos nesta manhã: a arrogância governista. Lula, com efeito, rejeitou o diálogo, partiu para o discurso fácil, maiqueísta e perigoso. Não faz muito tempo quando Lula disse que seu governo já fez o choque de gestão, refutando a oposição que reclamava ao governo para diminuir gastos.

Não fez choque de gestão nenhum. A gestão de Lula é manutenção do poder. Isso permitiu a brilhante declaração do senador Agripino, com a qual concordo:

a Oposição e os senadores independentes do Senado deram um choque de democracia no governo do presidente Lula.
Quando ontem vi uma lanchonete qualquer sintonizada na TV Senado, pensei: já é uma vitória para a democracia. E foi realmente um choque de democracia, não só para o governo: para o Brasil.

Comentários

Diego L. Weiss disse…
Fim da CPMF, outro pretexto a justificar a incúria deste governo na área da saúde pública; governo o qual detém uma das maiores tributação do mundo, omite a realidade da péssima gestão que promove e admite (sobre o fim da CPMF): "Perdeu a população brasileira. Perdeu o homem comum que usa o sistema público de saúde", disse Temporão (Ministro da Saúde).
Perdeu a população brasileira? Hora! Se já estávamos habituados à presença de morto-vivos em filas de emergências públicas, quando não só mortos, então o que vem por aí?
Desleixo, despreparo, desrespeito. Esse é o diagnóstico deste governo.

Postagens mais visitadas deste blog

A farra da ministra Matilde com o cartão corporativo

A vitória da internet

Nosso fado mortal e Hannah Arendt