Os gastos que LULA quer esconder II

Uma das maiores preocupações de Lula é blindar de todas as formas sua filha Lurian Cordeiro da Silva, em Florianópolis (SC). Ela não apenas será alvo da CPI dos Cartões, mas da CPI das ONGs, que retomará seus trabalhos esta semana. O PSDB e o DEM já começaram a rastrear as contas bancárias da ONG Rede 13. Criada para arrecadar dinheiro para o programa Fome Zero, a ONG fechou suas portas em 2003, mesmo ano em que foi aberta, deixando dívidas na praça. A CPI dos Bingos, porém, levantou suspeitas de que a entidade serviria de elo entre os donos de bingos no Estado e campanhas do PT. Entre junho e setembro de 2005, dois seguranças de Lurian, Jadir José Duarte e João Roberto Fernandes Júnior, fizeram compras em um camelódromo no bairro de Campinas, município de São José (SC). A primeira compra, registrada no cartão de Jadir José, no valor de R$ 200, foi realizada em 30 de junho na loja Lamar Esportes. O segundo pagamento, no valor de R$ 40, foi feito em 28 de setembro de 2007 pelo ecônomo João Roberto num estabelecimento de artigos femininos e bijuterias. As lojas estão localizadas em um tradicional shopping popular conhecido como “Camelão”. Vendedores do local dizem que é comum ver Lurian fazer compras acompanhada dos seguranças.
O genro do presidente Lula e marido de Lurian, Marcelo Sato, admite que a primeira-filha é freguesa do camelódromo. “Claro que a gente já esteve lá. Todos têm o direito de ir lá. E é claro que a Lurian vai com um punhado de seguranças”, reconhece. “Mas não se pode fazer ilações de que estão comprando estes artigos para a Lurian com os cartões.” Ele afirma que nunca se beneficiou de dinheiro dos cartões da Presidência. “Eu nunca vi um cartão corporativo desses na minha vida”, diz Sato.
Outro estabelecimento bastante freqüentado pelos ordenadores de despesas de Lurian é a Panificadora e Confeitaria Praia do Meio, na rua Desembargador Pedro Silva, em Florianópolis. Em três compras diferentes, nos dias 29 de maio, 12 de junho e 13 de dezembro do ano passado, os seguranças de Lurian gastaram R$ 842,77, valor suficiente para comprar 2,7 mil pães franceses. “Passamos dificuldades e não temos nem dinheiro para pagar advogado para nos defender das acusações”, lamenta Sato.
Na semana passada, ISTOÉ também teve acesso a uma lista da Casa Civil que identifica os ecônomos e respectivos chefes que atendem o presidente no Palácio da Alvorada, na Granja do Torto e no escritório em São Paulo. O documento mostra que um dos mais antigos seguranças de Lula, José Carlos Espinoza, é o superior imediato de Rosemary Noronha, ecônoma responsável por custear as despesas de Lula e família em São Paulo.

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