Reforma faz de conta

A coluna de Klecio Santos, no DC de hoje é concisa e precisa. Segue:

Não importam as críticas de empresários, sindicalistas e da oposição. Lula quer é emplacar algum tipo de reforma tributária. Nem que seja esse arremedo que pretende enviar ao Congresso amanhã. Não é à toa que Bernard Appy, fiel escudeiro de Guido Mantega, tem afirmado a interlocutores que vai mandar ao Congresso um texto que não provoque polêmicas, sem dar a aliados e oposição motivos para embargá-la. Se empresários ou trabalhadores quiserem algo mais ousado, tem dito Appy, que pressionem o Congresso. Na prática, funciona assim: o governo quer os louros por ter enviado, enfim, uma proposta de reforma. Ou, pelo menos, de ter suscitado o debate. Os interessados que briguem pelas suas demandas.

O maior mérito da reforma é simplificar a arrecadação, reduzindo o número de impostos. Mas não há nenhuma sinalização imediata de diminuição da carga tributária. E um assunto que era uma das espinhas dorsais dessa proposta já causou polêmica. É a discussão sobre a desoneração da folha de pagamento. Era o grande mote para conquistar o empresariado, mas Lula cedeu à pressão dos sindicalistas, deixando o assunto para ser discutido em separado. Como estamos em um ano eleitoral, os trabalhadores votam e os empresários financiam as campanhas, é provável que o tema só tenha um desfecho em 2009.

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