Castro Alves e seus colegas da poesia política no Brasil – Parte 1
Mais uma postagem com Podcast no Democratas Digitais. Você sabe o que é? Se não, dê uma olhada na matéria da Folha aqui!
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Ouça o Podcast! Para navegadores Firefox:
Olá, estimados!
É com muito prazer que volto a este nosso vale encantado das idéias e ideais.
No meio literário hoje se comemora o nascimento do poeta Castro Alves. Diante da data, nós do Democratas Digitais preparamos um presente para você, leitor. Uma coletânea de autores para atravessar a valiosa desenvoltura da poesia na política, e vice-versa; dos Brasis sob égide literária.
Durante uma semana nomes como Gregório de Matos Guerra, Padre Antonio Vieira, Cláudio Manoel da Costa, Castro Alves, Graciliano Ramos, Carlos Drummond de Andrade e João Cabral de Melo Neto farão parte de um resgate histórico, sempre com uma obra sugerida para baixar e um link-biografia.
Nosso primeiro nome, embora não seja um poeta propriamente dito, construiu com bastante audácia os primeiros tratados políticos de destaque no país.
Desembarcado em terras brasileiras no século XVII, a figura política e o semblante de missionário combativo de padre Antonio Vieira o fizeram um marco do barroco
brasileiro. Seus grandes escritos estão dispostos na forma de sermões. E um deles, o Democratas Digitais faz questão que acessem. O “Sermão da Sexagésima” (link para baixar ou ver comentário da wikipédia) é uma aula sobre oratória e vem carregado de crítica sobre os maus pregadores – boa referência com os políticos atuais.
O “Paiaçu” (Grande Pai, em tupi) era incansável defensor dos direitos humanos dos povos indígenas, dos judeus (pelo fim da distinção entre cristão-novos e cristão-velhos) e já lançava seu brado contra a abolição da escravatura. Mal sabe ele que o Brasil só foi resolver a questão trezentos tristes anos depois. Este político de batina não aliviou nem poupou fortes críticas aos sacerdotes e à Inquisição.
O ensaísta, investigador, professor em Coimbra, Porto e Lisboa, Hernani Cidade o define com destreza no trecho abaixo:
"O púlpito, no tempo de Vieira, era mais de uma vez a válvula de escape do comentário político, sendo com freqüência o sermão o equivalente aos editoriais da imprensa do nosso tempo, de defesa ou ataque em face da situação, do fato, da providência governativa. Mas ninguém tanto como Vieira o converteu em posto de timoneiro ou cadeira de conselheiro de Estado, a cada passo mais debruçado sobre a terra do que virado ao céu e às Escrituras, nada mais pedindo do que as analogias, os exemplos, as imagens com que melhor pudesse autorizar os conselhos e sugestões sobre matéria profana".
Até mais!
Não perca nosso próximo autor, o Boca do Inferno, Gregório de Matos Guerra e as peripécias de uma Bahia que veio delinear um Brasil.
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Olá, estimados!
É com muito prazer que volto a este nosso vale encantado das idéias e ideais.
No meio literário hoje se comemora o nascimento do poeta Castro Alves. Diante da data, nós do Democratas Digitais preparamos um presente para você, leitor. Uma coletânea de autores para atravessar a valiosa desenvoltura da poesia na política, e vice-versa; dos Brasis sob égide literária.
Durante uma semana nomes como Gregório de Matos Guerra, Padre Antonio Vieira, Cláudio Manoel da Costa, Castro Alves, Graciliano Ramos, Carlos Drummond de Andrade e João Cabral de Melo Neto farão parte de um resgate histórico, sempre com uma obra sugerida para baixar e um link-biografia.
Nosso primeiro nome, embora não seja um poeta propriamente dito, construiu com bastante audácia os primeiros tratados políticos de destaque no país.
Desembarcado em terras brasileiras no século XVII, a figura política e o semblante de missionário combativo de padre Antonio Vieira o fizeram um marco do barroco
brasileiro. Seus grandes escritos estão dispostos na forma de sermões. E um deles, o Democratas Digitais faz questão que acessem. O “Sermão da Sexagésima” (link para baixar ou ver comentário da wikipédia) é uma aula sobre oratória e vem carregado de crítica sobre os maus pregadores – boa referência com os políticos atuais.
O “Paiaçu” (Grande Pai, em tupi) era incansável defensor dos direitos humanos dos povos indígenas, dos judeus (pelo fim da distinção entre cristão-novos e cristão-velhos) e já lançava seu brado contra a abolição da escravatura. Mal sabe ele que o Brasil só foi resolver a questão trezentos tristes anos depois. Este político de batina não aliviou nem poupou fortes críticas aos sacerdotes e à Inquisição.
O ensaísta, investigador, professor em Coimbra, Porto e Lisboa, Hernani Cidade o define com destreza no trecho abaixo:
"O púlpito, no tempo de Vieira, era mais de uma vez a válvula de escape do comentário político, sendo com freqüência o sermão o equivalente aos editoriais da imprensa do nosso tempo, de defesa ou ataque em face da situação, do fato, da providência governativa. Mas ninguém tanto como Vieira o converteu em posto de timoneiro ou cadeira de conselheiro de Estado, a cada passo mais debruçado sobre a terra do que virado ao céu e às Escrituras, nada mais pedindo do que as analogias, os exemplos, as imagens com que melhor pudesse autorizar os conselhos e sugestões sobre matéria profana".
Até mais!
Não perca nosso próximo autor, o Boca do Inferno, Gregório de Matos Guerra e as peripécias de uma Bahia que veio delinear um Brasil.
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